Mudei!

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Pois é, mudei. Mudei de emprego, de cidade, de vida, de endereço… de ritmo. Mudou tudo. Antes eu morava no centro de uma cidade segura (na parte segura), silenciosa, vez por outra passava alguém lá embaixo falando e dava pra ouvir até os detalhes da conversa. Pela janela do quarto eu via uma paisagem quase inglesa, um jardim com grama muito bem aparada, limpa, com arbustos de flores e uma via quase sem movimento algum. A janela da sala era resguardada por um lindo jardim e uma mangueira sexagenária, onde cantavam passarinhos e cigarras, que sussurava ao vento e abafava ainda mais qualquer ruído que ocorresse por ali. Eu usava um automóvel para me locomover diariamente, apesar das tentativas de mudança de hábitos – tentei fazer o trajeto casa-trabalho-casa a pé, mas as obrigações domésticas e a pressa acabavam dificultando o projeto. Minha cidade tem quase 60 anos e uma arquitetura moderna – agora eu entendo o que isso significa!

Paisagem da janela
Paisagem da janela

Mudei. Mudei-me para o Rio de Janeiro – uma calanga na cidade maravilhosa – e aluguei um apartamento no centro da cidade. Não é lááááááá no centrão, mas na minha rua tem, por exemplo, o Clube dos Democráticos, onde Dom Pedro ia fazer as baladas dele no tempo do Império! Prédios de todas as idades convivem em meio ao caos dos carros, ambulâncias, sirenes, ônibus, motocas barulhentas, táxis amarelinhos e… gente. Muita gente!  Esse é um dos aspectos que está me deixando impressionada aqui no Rio. Quando as pessoas diziam pra mim “em Brasília as pessoas não andam na rua”, eu achava um enorme absurdo. Andam, sim. Só que elas podem andar pelo meio das quadras, sob as árvores, por entre os jardins, e não são obrigadas a seguir as calçadas que margeiam as pistas. Aqui eu vou para o trabalho a pé – gasto 30 minutos andando e é muito mais rápido do que se eu fosse de ônibus e, possivelmente, até de carro. E quando vai chegando lá perto da Presidente Vargas (o próprio batizou a Avenida com esse nome, era um pouco vaidoso, né) – voltando – chegando lá perto as calçadas vão ficando estreitinhas pra tanta gente que se esbarra, fala alto, caminha com pressa, mas feliz.

Sábado eu desci para sacar algum, comprar cigarros e procurar alguns

Vizinhança animada
Vizinhança animada

artigos complementares à mudança. Tinha fome tb. De um lado da portaria tem uma lanchonete 24h, do outro lado uma espécie de armazém que vende tortas e artigos esotéricos (aham!!), na esquina uma agência bancária, logo na saída do banco, um carrinho vendendo deliciosos quibes e bolinhos de aipim recheados, próximo à portaria uma banca de jornais onde encontro cigarros e créditos para o celular, do outro lado da rua tenho 3 mercados (um econômico, um barato e um super barato), além de uma grande loja de materiais de construção e conveniências domésticas. No térreo do prédio em frente tem uma pizzaria que entrega até as 23h, um restaurante árabe que serve a quilo com ar condicionado (não só comida árabe), mais pra cima uma sorveteria artesanal, além de várias lojas/depósitos de móveis usados. Tudo isso sem andar 100m!!

Amazing!

Esse é o post inaugural dessa nova etapa. Coloquei umas fotinhas no Flickr, aqui do lado direito da tela. Aos poucos vou colocando mais (a casa está quase a ponto de ser fotografada!) e compartilhando minhas impressões – Impressões de uma calanga na cidade maravilhosa.

3 comentários em “Mudei!

  1. Amiga, eu como boa carioca perdida no planalto central há 5 anos imagino as diferenças que você está vivendo. É tudo muito diferente sim! O estilo de vida, a disponibilidade e variedade de produtos/serviços (e a qualidade dos serviços), além dos preços. Fora a alegria do carioca, o samba, o gingado, a praia, o esporte, o sol… Ai que saudade! Tudo isso compensa o barulho (que na verdade nem incomoda tanto assim, rs)… Pra ser perfeito só faltava acabar com a violência na cidade maravilhosa.
    Amiga, boa sorte no Rio! te desejo tudo de bom!
    Bjs, Lu.

  2. Gostei do relato sobre sua nova jornada.
    Dia desses passei por sua antiga quadra e vi, ainda resistente e lindo, aquele que um dia foi o seu jardim.
    Aposto que vc providenciará um por aí, dentro desta paisagem carregadamente urbana, pq (relativamente falando) jardins como aquele cabem no espaço que vc quiser,pq vc é uma “calanga”, e por ser uma calanga, qualquer lugar do mundo É o seu lugar…
    Cuide-se por aí.
    *)

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